The Original;
Jaru, 15 de março de 2011
Os Núcleos do MFP de Jaru, de Porto Velho e de Corumbiara organizaram várias atividades para celebração do 8 de março, uma das datas mais importantes para os comunistas e democráticos celebrada em todo o mundo. Um dia em que se comemora a participação das mulheres nas lutas populares, um dia para despertar ainda mais a rebeldia das mulheres do povo.
Contra a criminalização do aborto
A programação começou com duas palestras na UNIR de Porto Velho contra a criminalização do aborto. Em todo o país o MFP e outras organizações democráticas têm denunciado e lutado contra uma cruzada fascista mundial contra o aborto, encabeçada pela igreja católica, que tem feito uma pressão grande sobre o povo e governos, impondo questões completamente fora da realidade. Como o Estatuto do Nascituro, projeto em andamento no Congresso Nacional que é um retrocesso ao direito ao aborto, já tão deficiente no Brasil. Aqui não é permitido aborto nem em casos de fetos com má formações incompatíveis com a vida.
Um exemplo disto é retratado no documentário “Habeas corpus” exibido nas palestras na UNIR. O filme relata um caso verídico ocorrido em 2005, em Goiás, com uma mulher de 19 anos grávida de um feto vítima de uma síndrome que lhe impediria de viver mais que algumas horas após o nascimento. A justiça permitiu o aborto que foi iniciado num hospital em Goiânia. Pouco tempo depois, os médicos interromperam o abortamento, devido a um habeas corpus redigido à mão por um padre.
Ao contrário do que afirmam, os fascistas não defendem a vida. Defendem a necessidade das mulheres gerarem filhos para serem mão-de-obra barata a serem exploradas nas fábricas, comércios e campos. E também defendem que a mulher do povo siga oprimida dentro de casa, cumprindo seu papel na sociedade: ser incubadora.
O MFP faz uma campanha contra a criminalização do aborto e em defesa do direito da mulher decidir sobre seu próprio corpo, que ela possa interromper uma gravidez indesejada se este for seu desejo com um procedimento médico legal, seguro, gratuito e garantido pelo Estado.
Nas duas palestras participaram ao todo cerca de 140 estudantes de pedagogia, letras, ciências sociais, direito e outros cursos. Após a palestra houve debate. Alguns presentes perguntaram sobre a origem da vida e vários falaram concordando com a posição defendida pelo MFP. A palestrante e os presentes buscaram discutir no plano científico e não ideológico e teológico. Este tema que afeta diariamente milhares de mulheres do povo tem que ser tratado cientificamente para abolir a pressão psicológica sobre as mulheres, apoiada no obscurantismo.
8 de março: Dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras
A celebração do 8 de março é tradição do MFP. Este ano, o local escolhido foi a Área Revolucionária Zé Bentão, antiga fazenda Santa Elina, em Corumbiara, retomada por camponeses em 2010. Logo na chegada à sede já se viam fileiras de bandeiras vermelhas do MFP. O barracão da Assembleia decorado com uma faixa com a consigna do MFP “Despertar a fúria revolucionária da mulher” e a bandeira da Palestina estendida ao lado das bandeiras do MFP, LCP e CODEVISE marcavam o caráter classista e internacionalista do 8 de março. E no centro, dando boas vindas a todos, lá estava a foto do companheiro Zé Bentão, grande mártir da Revolução Agrária, um dos líderes fundadores da LCP. O ato foi aberto com os cantos de “A Internacional”, hino mundial dos trabalhadores, e “Lutadoras da Revolução”, hino do MFP. Participaram do ato cerca de 50 camponeses da área e do entorno.
A representante do Núcleo do MFP de Belo Horizonte fez uma falação apresentando os princípios e objetivos do MFP, seguida de um debate com perguntas e opiniões da plenária. Depois, o MFP fez uma singela homenagem a companheiros e movimentos populares democráticos. Um morador da área produziu artesanatos que foram entregues aos representantes da LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental, do CODEVISE – Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina, do Núcleo do MFP de Jaru, do Núcleo do MFP de Belo Horizonte (Minas Gerais), da Escola Popular Orocílio Martins (de Belo Horizonte). A companheira Dina, viúva do companheiro Zé Bentão, também foi homenageada por sua participação ativa na Revolução Agrária e no MFP. Outra homenagem especial foi feita para a companheira Maria Helena, conhecida como Nega. Ela foi moradora da Área Revolucionária Zé Bentão e faleceu em novembro de 2010, aos 32 anos, vítima do descaso do Estado com a saúde pública. No pouco tempo que viveu na área, a companheira teve uma participação intensa, foi uma das coordenadoras da festa do corte Popular das terras. Ela deixou esposo, um casal de filhos e a saudade entre familiares e amigos.
Após as homenagens, o ato foi encerrado com o canto da música “Cipó de Aroeira”, apresentado pelas mulheres.
Depois, de todos comerem bolinho de chuva e limonada, foi rifado uma camiseta da Escola Popular Orocílio Martins e um livro do MFP.
Propaganda e organização do MFP
Companheiras e companheiros distribuíram panfletos do MFP em Corumbiara, Cerejeiras, Espigão D’Oeste, Jaru e Porto Velho . Em Corumbiara, duas companheiras falaram em uma rádio local sobre o MFP e o 8 de março.
Outra atividade realizada foram reuniões dos Núcleos do MFP de Corumbiara e de Porto Velho . Várias camponesas, estudantes e professoras estudaram e debateram os princípios do MFP e tarefas práticas, com muita vontade de aprender mais e de seguir firme na construção desta organização essencial para o avanço e triunfo da revolução.
Viva o Dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras!
Despertar a fúria revolucionária da mulher!
MFP – Movimento Feminino Popular
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